sexta-feira, 29 de março de 2013

Governos da desgraça!



  As sólidas casas de pedra, a típica casa portuguesa das aldeias do interior rural, tinham adega, currais, pátio com chão de terra, coberto com restos de palha, giestas, tojo e caruma dos pinheiros, mato roçado nas matas. Depois de curtido a partir dos dejetos dos animais era levado para a fazenda e misturado a mais mato e transformava-se em adubo natural. Era espalhado por cima da terra e enterrado, quando da lavra ou cava e substituía o adubo químico. Alimentavam-se de frutos orgânicos.
Por cima as dependências da família. A casa do meu avô tinha uma grande parreira de deliciosas uvas, muito doces, cobrindo o pátio.
Coabitavam pessoas e animais: coelhos, pintos, leitões e o burro. Os primeiros eram animais de engorda para o alimento da família, já o burro, puxava a carroça ecológica. De uma pequena fazenda, própria ou arrendada a meias, tiravam o vinho e a maior parte de produtos que hoje compram no supermercado.
Mas isso era antigamente, não existia, nas aldeias, saneamento, água canalizada e esgoto! Havia segurança, as portas ficavam destrancadas, algumas encostadas com a chave na fechadura, outras abertas, denotando a confiança no ser humano. As pessoas não tinham nenhuma perspectiva de um futuro melhor, mas viviam com segurança e guarnecidas de comida.
Hoje, o campo está abandonado, as casas não têm pátio nem currais nem animais, a não ser o gato, o cachorro e o pintassilgo. Nem coisa de valor no seu interior para roubar, pois, outros tipos de “coelhos e pintos” espertos levam tudo. Tudo mesmo, até a casa!
A que ponto chegamos, a insegurança é total, perde-se a confiança nos políticos eleitos para  melhorar as condições de vida do seu povo.
Aos sem emprego, sem casa, sem segurança pública e social e sem os frutos caseiros do campo rareia a comida na mesa. Os pastores que levaram o país pelos caminhos do insano progresso sacodem o capote, redimem-se de culpas. Esperar o quê de governantes da desgraça?!.

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