domingo, 25 de agosto de 2013

A minha geração é filha ingrata... Ficou devendo!

Filhos ingratos e pais inconsequentes, não souberam arcar com a responsabilidade na transição da ditadura para a democracia. Aproveitaram-se da oportunidade para legislarem em causa própria, esqueceram-se de amparar os genitores e de resguardar o futuro de seus filhos.
Ao viajarmos pelo interior das aldeias ainda nos deparamos com alguns sobreviventes dessa  geração de rijos portugueses trabalhando no campo, dignos remanescentes do heroico lusitano Viriato. Dos últimos portugueses a aguentar extremadas dificuldades de sobrevivência, sem nenhuma assistência do Estado explorador. Pessoas simples e sem maldade, de palavra e caráter forte e largos costados,de tanto carregar o país nas costas e suportar frios invernos, quando não outonos, no exaustivo e duro árduo trabalho do campo. As primaveras da vida e as férias de verão nunca lhes foram permitidas de direito. Estes heroicos portugueses filhos escravos do Estado ditatorial e opressor e do atual Estado populista, pseudo social, que dizem ser democrático.
Os eternos “carregadores de piano” das elites, nunca foram devidamente considerados e respeitados. Muito menos recompensados, com justiça, por políticas sociais voltadas para os mais necessitados, que, pelas provações que passaram, são, sem dúvida, os mais merecedores de cuidados para que, pelo menos, possam viver dignamente e com tranquilidade a vida que lhes resta.
Uma geração parida aparada pelas mãos de parteira, muitas vezes à luz de candeia de petróleo, onde o pouco que tinham era apenas o mínimo necessário para a sobrevivência. Como o conforto do repouso do corpo num colchão de palha de centeio, que o uso amassava e quebrava, ficando duro e com covas. Todo ano a palha era trocada. Seus pisantes eram tamancos, um luxo, talhados na leve madeira de amieiro.

As mulheres eram as mais sacrificadas nas lides do campo e do lar, cuidando da casa, marido, filhos, dos idosos e dos animais de criação. De um pedaço de pano faziam uma rodilha para colocar na cabeça e, assim, poderem carregar o peso de molhos de lenha, da pesada gamela (feita de madeira) ou a canastra de vime e os  cântaros de barro com água da fonte. De madrugada, para não cruzarem com outros moradores, carregavam para a fazenda vasilhas com os dejetos,utilizados na horta, como fertilizantes.

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