quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Natureza


A traineira aproxima-se lentamente da praia. O peixe espalhado no
convés é separado pelo pescador de acordo com a espécie. O descarte do refugo,
peixes pequenos sem valor comercial, atrai um bando de famintas aves
marinhas. Fragatas, atolas e gaivotas brigam pela ”fácil” comida. Um
alvoroço que me desperta a atenção. Parece cena do filme Os pássaros,
de Alfred Hitchcock.
Na renhida disputa, os mais afoitos levam vantagem, reparei que um
atobá se afasta com um peixe no bico procurando altitude. Subiu, subiu
e depois de atingir uma boa altura soltou o peixe mergulhando em
seguida, como se fosse uma flecha, para pegá-lo. Levou alguns segundos até
bicá-lo de novo, foi aí que compreendi o que fizera. O espetáculo
acrobático a que assisti mostra a presteza da ave para engolir o
peixe. A presa devia ser um pouco grande, não estava na posição de
poder ser engolida, foi a razão de solta-la para pegá-la de forma
correta. Não estivesse ligado, tentando entender o que via, perderia
essa maravilhosa cena. 

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