quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Lembranças


Na escola e na profissão fui treinado a raciocinar. Digo isto com orgulho, pois é triste constatar, para quem lida hoje com jovens, que existe uma grande preguiça mental. Quem sou eu para dizer que o ensino básico vai mal ao formar robozinhos! Não é nessas águas revoltas que devo mergulhar, pois não sei nadar e, por certo, morreria afogado.
Quero falar das experiências da minha juventude. Lembro-me do primeiro dia de trabalho: levaram-me para um espaço onde havia a forja com uma grande  bigorna (peça de ferro maciça em forma de T, onde o ferreiro bate o ferro em brasa para o moldar) que, devido ao tempo e uso,  tinha as quinas das bordas gastas e muito irregulares. Não sabia eu o que me esperava! A primeira incumbência que me deram foi pegar numa desgastada lima para tirar as mossas da duríssima bigorna. Serviço impossível de fazer, mas que rendeu muitos risos na oficina. Ajudante sofre!
 Depois fui tomar conta do quadro de ferramentas e só passado um longo e desgastante ano fui trabalhar na mecânica, ajudando o Sr. Domingos, o mais antigo e experiente mecânico. Lembro bem do serviço que ele estava a fazer, pois nunca mais vi outro profissional voltar a fazê-lo: desmontara o motor de um Morris para encher os moentes das bielas com uma liga leve para depois as trabalhar no torno.
Hoje seria inimaginável o mecânico fazer esse tipo de coisa, pois essa arte se perdeu por falta de tempo e tempo é dinheiro, por isso, os profissionais da mecânica foram transformados em uns trocadores de peças, especializados demais e com habilidades manuais de menos.
 De início, tudo era muito difícil, muita informação que eu desconhecia e, para complicar, outras novas que apareciam todos os anos, com nova tecnologia. Começava a aparecer a eletro- mecânica analógica, no final da década de 60, início de 70, que evoluiu rapidamente com a chegada na profissão dos primeiros Engenheiros Eletro Mecânicos.
 Hoje, a sofisticada eletrônica digital embarcada faz parte do funcionamento de todos os conjuntos mecânicos nos modelos mais sofisticados dos grandes fabricantes de automóveis. Está chegando ao fim a era do motor a explosão (Ciclo Otto). No futuro sem graça, não vamos ouvir mais o ronco inebriante de potentes motores explosivos, em acelerações rápidas e nervosas, mexer com os sentidos a injetar adrenalina no corpo, numa perfeita combinação de imensos prazeres.
Fugindo um pouco ao tema,  devo acrescentar estarem  a acabar com muitos dos prazeres da vida, alem do que citei, rir vai ser proibido.
O politicamente correto está nos tirando a graça de viver rindo da piada da loira, do baixinho, do negro, do alentejano. Piadas que todos sabem que nada mais são que isso: PIADA! Os defensores das minorias que, provavelmente, são pessoas com algum tipo de complexo não resolvido, os alucinados esquerdopatas, os donos do povo, são chatos e não têm humor, Eles, populistas, são os eleitos, para nossa tristeza e conformação.
Pronto, a política tirou-me do sério.


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