quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Aquarela do Brasil – Desenho de Walt Disney

Feito inteiramente à mão, sem computadores ou recursos mágicos do cinema atual, Walt Disney fez este desenho nos anos 50 – época do final da Segunda Guerra Mundial –  para atender a uma solicitação do governo americano que desejava uma política de aproximação com o Brasil, para evitar que se tornasse comunista.
A criação do personagem Zé Carioca foi um agrado ao povo brasileiro.

domingo, 28 de agosto de 2011

Queijo da Serra da Estrela - Eu não compro leite espanhol!

"António Anastácio (AA), o maior produtor de queijo de ovelha da região, não tem papas na língua e há anos vem denunciando o que se torna cada vez mais claro para todos: sem ovelhas não há leite e sem leite não há queijo…"

http://www.novaguarda.pt/noticia.asp?idEdicao=796&id=32895&idSeccao=14049&Action=noticia

sábado, 27 de agosto de 2011

Querido Brasil

A Presidenta Dilma não tem tempo para te governar.
 A pesada herança deixada por Lula, defensor de corruptos e da teoria franciscana do é dando que se recebe... apoio político, ocupa, em tempo integral, a terceira mulher mais poderosa no mundo, fora do Brasil, porque aqui, falta exercer o poder para acabar com a corrupção. Nos  muitos Ministérios (38) criados para alojar interesses dos aliados, sobra aporrinhação. O que fazer para não perder a governabilidade, por falta de apoio político no Congresso e Senado?  Num país de dois presidentes, o  Presidente oficioso Lula e a Presidenta executiva  Dilma, cabe perguntar:  quem manda mais?
A presidenta não pode ser chamada de governanta, pega mal.

Meu Portugal Desgovernado

Apolítica de aumento de impostos só agrava a crise. A máquina do governo está inchada e barriguda, consome muita energia surripiada das pessoas ativas que produzem riqueza e, pior, das não ativas, os aposentados.  Sem dinheiro,  as pessoas gastam menos, a economia se retrai, aumenta o desemprego, a receita  do governo diminui e, em seqüência, aumenta o gasto no social. É baseado neste raciocínio que entendo estarmos a ser ludibriados. Não sou rico, mas gostaria e pagar bastante imposto que fosse empregado devidamente.Trabalho muito, por isso, fico sem tempo para ganhar dinheiro.
Reconheço a importância da iniciativa privada na geração de empregos. O estado não é vaca para alimentar pessoas, haja úberes!

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Titãs Pra dizer adeus (Adimiravelcarla)

Grande banda, bom rock brasileiro.

Número de ouro - Phi 1,618


                                                                               Ficheiro:Da Vinci Vitruve Luc Viatour.jpg
A proporção ideal, Phi 1,618, (não confundir com Pi a razão constante entre o perímetro de qualquer circunferência e seu diâmetro, equivalente a 3,1416....)
Recebi email do amigo Romualdo mostrando a relação do tão importante número que dá proporcionalidade a tudo. Está relacionado ao crescimento. 
É apreciado por artistas, a proporção áurea está presente na natureza, no corpo humano e no universo. Exatamente a proporção das pirâmedes do Egipto e do retângulo de ouro dos gregos. Nas galáxias, as estrelas se distribuem em torno de um astro principal numa espiral obedecendo à proporção de 1,618. Tem o nome de Divina Proporção.
Será coincidência?

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

O que é isso companheiro!

Terceiro homem mais rico do mundo quer pagar mais impostos.  Após a proposta do norte-americano Warren Buffet, a idéia atravessou o Atlântico e ganhou adeptos em França. Milionários franceses querem pagar mais impostos para ajudar país.
Em Portugal:
“VJoe Berardo disponível para pagar mais impostos”...! “Não se pode pôr mais impostos sobre o povo que tem tão pouca remuneração», acrescentou o empresário”. (Sapo Notícias)
 Pobre é obrigado a pagar mais impostos, já o rico....está disponível!
A classe média paga de 31 a 40% de impostos, os muito ricos 17%!
O socialismo amigo é patrono dos ricos?

domingo, 21 de agosto de 2011

Também na política nada se cria...

O colunista Bart Jan Spruyt, do semanário neerlandês Elsvier, é para mim leitura obrigatória e de proveito. No número desta semana escreve sobre o discurso do primeiro-ministro Cameron depois dos recentes motins de Londres. Segue a tradução que fiz do parágrafo final:

Além disso, liderança política e democracia não combinam bem. Um líder é alguém que se eleva acima dos seus pares e mostra o caminho. Sabe mais, é mais capaz, tem mais poder. No nivelamento que é o objectivo de todas as democracias – uma divisão justa  de "poder, conhecimento e rendimento" – ninguém pode aspirar a elevar-se à liderança. Sentamo-nos todos ao redor da mesa e discutimos até alcançar um compromisso. A única coisa que, como primus inter pares, o líder pode fazer, é convocar a reunião e no final comunicar à imprensa o resultado.
A liderança é uma virtude nobre, não admira portanto que Cameron, primeiro-ministro de um país que ainda tem memória de um passado aristocrático, tenha dado provas de liderança verbal, seguindo as pegadas de Winston Churchill, seu longínquo predecessor,.
Cameron também não podia fazer mais. “Em toda a parte as democracias arrancaram as asas aos seus líderes, mas exigem deles que nos tempos de crise sejam capazes de voar".  
 Rentes de Carvalho




sábado, 20 de agosto de 2011

A Implantação da República - 5 de Outubro de 1910

Símbolo da Republica Portuguesa, que vigora em vários manuais escolares.  
 A primeira república portuguesa vigorou de 1910 a 1926 e foi um período conturbado pelos graves problemas sociais (subida do aumento do custo de vida e perda do suporte popular devido as medidas anticlericais), económicos (o custo da primeira guerra mundial, défice orçamental e desvalorização da moeda) e políticas (divergências dentro do PRP e instabilidade governativa, em 16 anos de regime houve 45 governos)
      Com um ambiente destes tornou-se fácil o derrube da primeira república através de um golpe militar que se deu a 28 de Maio de 1926. Este golpe pôs fim a república portuguesa e deu lugar a um regime de ditadura militar que se manteve até 1933, altura em que é instaurado o Estado Novo de Salazar e dá-se inicio a uma nova política em Portugal. Copiei do blog http://eloligacao.blogspot.com/2010_11_01_archive.html

Yanni - The Best 2 violin solos


Bom fim de semana com Yanni, com a boa música, cenários e vibração dos músicos.

Falta justiça

O político populista é amigo de empreiteiros e banqueiros.
Para atender ao populismo tem que haver dinheiro.
Para desviar dinheiro, fazem-se obras caras.
Nesse triângulo todos se dão bem.
Assim a dívida cresce descontroladamente.
Em sã consciência, alguém muito endividado recorre a mais empréstimos para construir mais elefantes brancos, sem ter a preocupação de verificar se o investimento  trará  retorno imediato para se pagar?
Não podemos esquecer:  para fazer a manutenção das obras já feitas temos que recorrer a mais empréstimos! Estamos sem liquidez há muitos anos.
 O voto populista elege o Chefe do bando, formado por políticos, empreiteiros e banqueiros.  Isto está a acontecer por omissão da justiça.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Lembranças


Na escola e na profissão fui treinado a raciocinar. Digo isto com orgulho, pois é triste constatar, para quem lida hoje com jovens, que existe uma grande preguiça mental. Quem sou eu para dizer que o ensino básico vai mal ao formar robozinhos! Não é nessas águas revoltas que devo mergulhar, pois não sei nadar e, por certo, morreria afogado.
Quero falar das experiências da minha juventude. Lembro-me do primeiro dia de trabalho: levaram-me para um espaço onde havia a forja com uma grande  bigorna (peça de ferro maciça em forma de T, onde o ferreiro bate o ferro em brasa para o moldar) que, devido ao tempo e uso,  tinha as quinas das bordas gastas e muito irregulares. Não sabia eu o que me esperava! A primeira incumbência que me deram foi pegar numa desgastada lima para tirar as mossas da duríssima bigorna. Serviço impossível de fazer, mas que rendeu muitos risos na oficina. Ajudante sofre!
 Depois fui tomar conta do quadro de ferramentas e só passado um longo e desgastante ano fui trabalhar na mecânica, ajudando o Sr. Domingos, o mais antigo e experiente mecânico. Lembro bem do serviço que ele estava a fazer, pois nunca mais vi outro profissional voltar a fazê-lo: desmontara o motor de um Morris para encher os moentes das bielas com uma liga leve para depois as trabalhar no torno.
Hoje seria inimaginável o mecânico fazer esse tipo de coisa, pois essa arte se perdeu por falta de tempo e tempo é dinheiro, por isso, os profissionais da mecânica foram transformados em uns trocadores de peças, especializados demais e com habilidades manuais de menos.
 De início, tudo era muito difícil, muita informação que eu desconhecia e, para complicar, outras novas que apareciam todos os anos, com nova tecnologia. Começava a aparecer a eletro- mecânica analógica, no final da década de 60, início de 70, que evoluiu rapidamente com a chegada na profissão dos primeiros Engenheiros Eletro Mecânicos.
 Hoje, a sofisticada eletrônica digital embarcada faz parte do funcionamento de todos os conjuntos mecânicos nos modelos mais sofisticados dos grandes fabricantes de automóveis. Está chegando ao fim a era do motor a explosão (Ciclo Otto). No futuro sem graça, não vamos ouvir mais o ronco inebriante de potentes motores explosivos, em acelerações rápidas e nervosas, mexer com os sentidos a injetar adrenalina no corpo, numa perfeita combinação de imensos prazeres.
Fugindo um pouco ao tema,  devo acrescentar estarem  a acabar com muitos dos prazeres da vida, alem do que citei, rir vai ser proibido.
O politicamente correto está nos tirando a graça de viver rindo da piada da loira, do baixinho, do negro, do alentejano. Piadas que todos sabem que nada mais são que isso: PIADA! Os defensores das minorias que, provavelmente, são pessoas com algum tipo de complexo não resolvido, os alucinados esquerdopatas, os donos do povo, são chatos e não têm humor, Eles, populistas, são os eleitos, para nossa tristeza e conformação.
Pronto, a política tirou-me do sério.


quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Pega ladrão - Gabriel o Pensador


Angela Merkel manda na Europa!


Até aqui usamos a Democracia para contrair dívidas impagáveis!  Estamos nas mãos de agiotas. Isso é independência?
Existe Estado de Direito para punir os responsáveis?
Em seis anos a dívida foi duplicada, aumentou 80 bilhões!
O roubo do BPN foi camuflado e a conta cobrada ao povo. Só 5 bilhões!
Os dois partidos de governação, PS/PSD, são responsáveis, são os únicos beneficiários desta anarquia econômica.
Não gostaria de intromissão estrangeira no governo, mas se for para por ordem na casa e obrigar a justiça a funcionar vou aplaudir. Como está ninguém agüenta.

domingo, 14 de agosto de 2011

Heróis do mar, nobre Povo, Nação valente, imortal, Levantai hoje de novo. O esplendor de Portugal!...


Imagine este povo embarcando em frágeis embarcações rumo ao desconhecido, tendo que enfrentar mares revoltos, nunca dantes navegados, com monstros marinhos, doenças, fome e muito tédio!
Estamos perdendo a raça que nos deu a fama de povo guerreiro, de desbravadores iniciadores da globalização. Não honramos nossos antepassados!
Vive-se hoje num “iate”, subsidiado de favores da CE. Parado, esperando encalhar de vez, pois não temos economias para sua manutenção.
Enquanto isso...! A tripulação discute o sexo dos anjos, atribuindo a culpa de tudo a terceiros e à ideologia política de quem até aqui governou, como se a mudança de ideologia bastasse para conter a Populista Democracia de Massas que inchou a administração e arruinou o País.
Está na hora de:  contra as adversidades (canhões da corrupção) marchar, marchar!

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Acordo Ortográfico


 O populismo leva a isso. A esquerda quer igualar por baixo todo mundo. Aqui no Brasil, os língua presa, os nó vai mudar o mundo, são a referência para a modernidade. Pelo andar da carruagem, daqui a pouco, não vai ser necessário escola, só cartilha partidária. Lula é o protótipo a seguir.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Caça ao Melro de Guerra Junqueiro

Li, com espanto (?), a notícia: “autorizada a caça ao melro no próximo ano” 
http://sol.sapo.pt/inicio/Vida/Interior.aspx?content_id=19965
Por falta de conhecimento, prevalece a ignorância.
Cabe citar o Poema de Guerra Junqueiro:
O Melro
 
O melro, eu conheci-o:
Era negro, vibrante, luzidio,
Madrugador, jovial;
Logo de manhã cedo
Começava a soltar, dentre o arvoredo,
Verdadeiras risadas de cristal.
E assim que o padre-cura abria a porta
Que dá para o passal,
Repicando umas finas ironias,
O melro; dentre a horta,
Dizia-lhe: "Bons dias!"
E o velho padre-cura não gostava daquelas cortesias.
O cura era um velhote conservado,
Malicioso, alegre, prazenteiro;
Não tinha pombas brancas no telhado,
Nem rosas no canteiro:
Andava às lebres pelo monte, a pé,
Livre de reumatismos,
Graças a Deus, e graças a Noé.
O melro desprezava os exorcismos
Que o padre lhe dizia:
Cantava, assobiava alegremente;
Até que ultimamente
O velho disse um dia:
"Nada, já não tem jeito!, este ladrão
Dá cabo dos trigais!
Qual seria a razão
Por que Deus fez os melros e os pardais?!"
E o melro entretanto,
Honesto como um santo,
Mal vinha no oriente
A madrugada clara,
Já ele andava jovial, inquieto,
Comendo alegremente, honradamente,
Todos os parasitas da seara
Desde a formiga ao mais pequeno insecto.
E apesar disto, o rude proletário,
O bom trabalhador,
Nunca exigiu aumento de salário.
Que grande tolo o padre confessor!
Foi para a eira o trigo;
E, armando uns espantalhos,
Disse o abade consigo:
"Acabaram-se as penas e os trabalhos."
Mas logo de manhã, maldito espanto!
O abade, inda na cama,
Ouvindo do melro o costumado canto,
Ficou ardendo em chama;
Pega na caçadeira,
Levanta-se dum salto,
E vê o melro, a assobiar, na eira,
Em cima do seu velho chapéu alto!
Chegou a coisa a termo
Que o bom do padre-cura andava enfermo;
Não falava nem ria,
Minado por tão íntimo desgosto;
E o vermelho oleoso do seu rosto
Tornava-se amarelo dia a dia.
E foi tal a paixão, a desventura
(Muito embora o leitor não me acredite),
Que o bom do padre-cura
Perdera … o apetite!
*
Andando no quintal, um certo dia,
Lendo em voz alta o Velho Testamento,
Enxergou por acaso (que alegria!,
Que ditoso momento!)
Um ninho com seis melros, escondido
Entre uma carvalheira.
E ao vê-los exclamou enfurecido:
"A mãe comeu o fruto proibido;
Esse fruto era minha sementeira:
Era o pão, e era o milho;
Transmitiu-se o pecado.
E, se a mãe não pagou, que pague o filho.
É doutrina da Igreja. Estou vingado!"
E, engaiolando os pobres passaritos,
Soltava exclamações:
"É uma praga. Malditos!
Dão me cabo de tudo esses ladrões!
Raios os partam! Andai lá que enfim…"
E deixando a gaiola pendurada,
Continuou a ler o seu latim,
Fungando uma pitada.
*
Vinha tombando a noite silenciosa;
E caía por sobre a natureza
Uma serena paz religiosa,
Uma bela tristeza
Harmónica, viril, indefinida.
A luz crepuscular
Infiltra-nos na alma dorida
Um misticismo heróico e salutar.
As árvores, de luz inda douradas,
Sobre os montes longínquos, solitários,
Tinham tomado as formas rendilhadas
Das plantas dos herbários.
Recolhiam-se a casa os lavradores.
Dormiam virginais as coisas mansas:
Os rebanhos e as flores,
As aves e as crianças.
Ia subindo a escada o velho abade;
A sua negra, atlética figura,
Destacava na frouxa claridade,
Como uma nódoa escura.
E, introduzindo a chave no portal,
Murmurou entre dentes:
"Tal e qual… tal e qual!…
Guisados com arroz são excelentes."
*
Nasceu a Lua. As folhas dos arbustos
Tinham o brilho meigo, aveludado,
Do sorriso dos mártires, dos justos.
Um eflúvio dormente e perfumado
Embebedava as seivas luxuriantes.
Todas as forças vivas da matéria
Murmuravam diálogos gigantes
Pela amplidão etérea.
São precisos silêncios virginais,
Disposições simpáticas, nervosas,
Para ouvir falar estas falas silenciosas
Dos mundos vegetais.
As orvalhadas, frescas espessuras,
Pressentiam-se quase a germinar.
Desmaiavam-se as cândidas verduras
Nos magnetismos brancos do luar.
(…)
*
E nisto o melro foi direito ao ninho.
Para o agasalhar, andou buscando
Umas penugens doces como arminho,
Um feltrozito acetinado e brando.
Chegou lá, e viu tudo.
Partiu como uma frecha; e, louco e mudo,
Correu por todo o matagal; em vão!
Mas eis que solta de repente um grito
Indo encontrar os filhos na prisão.
"Quem vos meteu aqui?!" O mais velho,
Todo tremente, murmurou então:
"Foi aquele homem negro. Quando veio,
Chamei, chamei… Andavas tu na horta…
Ai que susto, que susto!, ele é tão feio!…
Tive-lhe tanto medo!… Abre esta porta
E esconde-nos debaixo da tua asa!
Olha, já vão florindo as açucenas;
Vamos a construir a nossa casa
Num bonito lugar…
Ai! quem me dera, minha mãe, ter penas
Para voar, voar!"
E o melro alucinado
Clamou:
"Senhor! senhor!
É porventura crime ou é pecado
Que eu tenha muito amor
A estes inocentes?!
Ó natureza, ó Deus, como consentes
Que me roubem assim os meus filhinhos,
Os filhos que eu criei!
Quanta dor, quanto amor, quantos carinhos,
Quanta noite perdida
Nem eu sei…
E tudo, tudo em vão!
Filhos da minha vida
Filhos do coração!!!…
Não bastaria a natureza inteira,
Não bastaria o Céu par voardes,
E prendem-vos assim desta maneira!…
Covardes!
A luz, a luz, o movimento insano,
Eis o aguilhão, a fé que nos abrasa…
Encarcerar a asa
É encarcerar o pensamento humano.
A culpa tive-a eu! Quase à noitinha
Parti, deixei-os sós…
A culpa tive-a eu, a culpa é minha,
De mais ninguém!… Que atroz!
E eu devia sabê-lo!
Eu tinha obrigação de adivinhar…
Remorso eterno! eterno pesadelo!…
(…)
Falta-me a luz e o ar!… Oh, quem me dera
Ser abutre ou fera
Para partir o cárcere maldito!…
E como a noite é límpida e formosa!
Nem um ai, nem um grito…
Que noite triste!, oh, noite silenciosa!…"
*
E a natureza fresca, omnipotente,
Sorria castamente
Com o sorriso alegre dos heróis.
Nas sebes orvalhadas,
Entre folhas luzentes como espadas,
Cantavam rouxinóis.
Os vegetais felizes
Mergulhavam as sôfregas raízes
A procurar na terra as seivas boas,
Com a avidez e as raivas tenebrosas
Das pequeninas feras vigorosas
Sugando à noite os peitos das leoas.
A lua triste, a Lua merencória,
Desdémona marmórea,
Rolava pelo azul da imensidade,
Imersa numa luz serena e fria,
Branca como a harmonia,
Pura como a verdade.
E entre a luz do luar e os sons das flores,
Na atonia cruel das grandes dores,
O melro solitário
Jazia inerte, exânime, sereno,
Bem como outrora o Nazareno
Na noite do calvário!…
Segundo o seu costume habitual,
Logo de madrugada
O padre-cura foi para o quintal,
Levando a Bíblia e sobraçando a enxada.
Antes de dizer missa,
O velho abade inevitavelmente
Tratava da hortaliça
E rezava a Deus-Padre Omnipotente
Vários trechos latinos,
Salvando desta forma, juntamente,
As ervilhas, as almas e os pepinos.
E já de longe ia bradando:
"Olé!
Dormiram bem?… Estimo…
Eu lhes darei o mimo,
Canalha vil, grandíssima ralé!
Então vocês, seus almas do Diabo,
Julgam que isto que era só dar cabo
Da horta e do pomar,
E o bico alegre e estômago contente,
E o camelo do cura que se aguente,
Que engrole o seu latim e vá bugiar!…
Grandes larápios! Era o que faltava
Vocês irem ao milho,
E a mim mandar-me à fava!
Pois muito bem, agora que vos pilho
Eu vos ensinarei, meus safardanas!
Vocês são mariolões, são ratazanas,
Têm bico, é certo, mas não têm tonsura…
E, nas manhas, um melro nunca chega
Às manhas naturais de um padre-cura.
O melhor vinho que encontrar na adega
É para hoje, olé!… Que bambochata!
Que petisqueira! Melros com chouriço!…
E então a Fortunata
Que tem um dedo e jeito para isso!…
Hei-de comer-vos todos um a um,
Lambendo os beiços, com tal gana enfim,
Que comendo-vos todos, mesmo assim
Eu fico ainda quase em jejum!
E depois de vos ter dentro da pança,
Depois de vos jantar,
Vocês verão como o velhote dança,
Como ele é melro e sabe assobiar!…"
Mas nisto o padre-cura, titubeante,
Quase desfalecendo,
Atónito de horror, parou diante
Deste drama estupendo:
O melro, ao ver aproximar o abade,
Despertou da atonia,
Lançando-se furioso contra a grade
Do cárcere. Torcia,
Para os partir os ferros da prisão,
Crispando as unhas convulsivamente
Com a fúria dum leão.
Batalha inútil, desespero ardente!
Quebrou as garras, depenou as asas
E alucinado, exangue,
Os olhos como brasas,
Herói febril, a gotejar em sangue,
Partiu num voo arrebatado e louco,
Trazendo, dentro em pouco,
Preso do bico, um ramo de veneno.
E belo e grande e trágico e sereno,
Disse:
"Meus filhos, a existência é boa
Só quando é livre. A liberdade é a lei,
Prende-se a asa mas a alma voa…
Ó filhos, voemos pelo azul!… Comei!" -
E mais sublime do que Cristo, quando
Morreu na Cruz, maior do que Catão,
Matou os quatro filhos, trespassando
Quatro vezes o próprio coração!
Soltou, fitando o abade, uma pungente
Gargalhada de lágrima, de dor,
E partiu pelo espaço heroicamente,
Indo cair, já morto, de repente
Num carcavão com silveiras em flor.
E o velho abade, lívido d'espanto,
Exclamou afinal:
"Tudo o que existe é imaculado e é santo!
Há em toda a miséria o mesmo pranto
E em todo o coração há um grito igual.
Deus semeou d'almas o universo todo.
Tudo que o vive ri e canta e chora …
Tudo foi feito com o mesmo lodo,
Purificado com a mesma aurora.
Ó mistério sagrado da existência,
Só hoje te adivinho,
Ao ver que a alma tem a mesma essência,
Pela dor, pelo amor, pela inocência,
Quer guarde um berço, quer proteja um ninho!
Só hoje sei que em toda a criatura,
Desde a mais bela até à mais impura,
Ou numa pomba ou numa fera brava,
Deus habita, Deus sonha, Deus murmura!…
(…)
Ah, Deus é bem maior do que eu julgava…"
E quedou silencioso. O velho mundo,
Das suas crenças antigas, num momento,
Viu-o sumir exausto, moribundo,
Nos abismos sem fundo
Do temeroso mar do Pensamento.
E chorou e chorou… A Igreja, a Crença,
Rude montanha, pavorosa, escura,
Que enchia o globo com a sombra imensa
Dos seus setenta séculos d'altura;
O Himalaia de dogmas triunfantes,
Mais eternos que o bronze e que o granito,
Onde aos profetas Deus falava dantes,
Entre raios e nuvens trovejantes,
Lá dos confins sidérios do infinito;
Esse colosso enorme, em dois instantes
Viu-o tremer, fender-se e desabar
Numa ruína espantosa,
Só de tocar-lhe a asa vaporosa
Duma avezinha trémula, a expirar!…
(…)
E, arremessando a Bíblia, o velho abade
Murmurou:
"Há mais fé e há mais verdade,
Há mais Deus concerteza
Nos cardos secos dum rochedo nu
Que nessa Bíblia antiga… Ó Natureza,
A única Bíblia verdadeira és tu!..."




domingo, 7 de agosto de 2011

7 Maravilhas da Gastronomia Portuguesa

Caldo verde e Sardinha assada entre os mais cotados
A um mês da eleição o queijo da Serra da Estrela está bem cotado. Espero que  eleito não venha a subir de preço! Até admitia aumento se revertesse para o produtor, nunca para espertos intermediários. Começo a duvidar da  classificação (DOP). Pelas normas da ASAI, pouquissimos produtores têm condição de produzir o queijo. Quais  ajudas estão sendo dadas a pastores de pequenos rebanhos?Trabalham 365 dias no ano, faça frio, chuva ou sol a pique, feriados, finais de semana. Sem direito a férias e com muitas horas de trabalho diário, teimam em continuar  cuidando do rebanho, por amor ao que fazem, sem ajudas e com pouca remuneração. Este pastoreio é bem diferente do pastoreio político e religioso, não é materialista. As ovelhas são mais bem conduzidas e cuidadas do que nós humanos  (des) orientados, (des) governados e (des)cuidados espiritualmente.  

Os 10 mais bem cotados:
 Alheira de Mirandela (IG) - Entrada
Queijo Serra da Estrela - DOP - Entrada
Caldo Verde - Sopa
Sopa da Pedra - Sopa
Açorda à Alentejana – Sopa
Arroz de Marisco - Marisco
Sardinha Assada - Peixe
Coelho à Caçador - Caça
Leitão da Bairrada - Carne
Pastel de Belém - Doce

sábado, 6 de agosto de 2011

Continuamos desgovernados

Lembrando
Na última campanha eleitoral foi proposto, por partidos de esquerda, fazer Auditoria aos governos que nos meteram nesta encurralada, safada, crise. Lembro que, a primeira pessoa a vir a público contestar a idéia foi o PR. A solução final arranjada para o BPN tem a ver com a preocupação do nosso PR em não querer Auditoria. Cinco bilhões foram desviados do BPN em maracutaias que envolvem notáveis da política. Na foto da gang marginal o PR não ficava fotogênico no meio dos amigos: Dias Loureiro, Mira Amaral, Rui Machete e o boi de piranha ( o velho e doente) Oliveira e Costa, único encarcerado. No País sem lei tubarão reina!
Hoje leio nos jornais:  O Governo apresenta até final de outubro o plano estratégico de combate à fraude e evasão fiscal 2012-2014”.
A partir de 2012 até 2014...!? Correr atrás do roubo do BPN, nem pensar!
A crise política continua e com ela a crise económica tende a agravar-se.

Ler mais: http://aeiou.expresso.pt/governo-quer-agravar-quadro-penal-para-crimes-fiscais=f666567#ixzz1UGCwBM7m

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

BPN


BPN é a ponta do Iceberg, o seu tamanho é trilhões de vezes maior!
Falsa teoria? Parece-me que, (?), Democracia é o governo do povo, pelo povo e para o povo.
Prática: três mil milhões (três bilhões) sumiram via BPN.
Conseqüências: aumentam os falidos: 62 falidos a cada dia que passa (divulgação da DECO). Mais imposto para cobrir o rombo, classe média mais arrochada, o povo mais pobre.
“Eles” estudaram..., formaram-se em Economia...!
“Eles” são docentes, dão aulas para jovens Universitários!
Os teóricos Doutos não praticam a profissão dignamente e, muito menos, a Democracia.
Democracia não é governar contra o povo!
Continuamos caindo, ainda não chegamos ao fundo do posso.