Um casal amigo, brasileiro, hospedado no belíssimo hotel na
floresta do Buçaco, deslocou-se a Santar para me visitar e, após os
cumprimentos da praxe, tece elogios, com imensa manifestação de encanto pela
beleza arquitetônica da vila e do manto verde que a rodeia - vinhas de onde
saem os melhores vinhos da Região do Dão, diga-se com justiça!
Com ar abatido, meu amigo faz a indagação do momento: e os reflexos da crise?
Mas, sem me dar tempo para responder, conta como foi a
chegada ao Buçaco e sua noite de vigília:
Bem recebido pelo funcionário da recepção, foi encaminhado
ao apartamento, que havia sido reservado com muita antecedência. Após dois dias
de viagem de carro, saindo da Normandia, na França, enfim, o desejado descanso
no meio da virgem natureza. Mas logo sentiu que no quarto não tinha ar fresco!
O quarto estava quente e abafado. Colocou a mão no aquecedor
e quase a queimou, procurou desligar o aquecimento, mas não conseguiu. Ligou para a recepção, o prestável
funcionário, rápido, foi ao quarto e depois de várias tentativas infrutíferas
para desligar o aquecimento, botão e disjuntores desligados e até fio cortado,
de nada adiantou. O único(!) funcionário para atendimento aos hóspedes e
serviços gerais, recomendou dormirem com a janela e a porta aberta! Han, como é
que é? Porta aberta nããooo ...! Tão fácil e rápida solução foi contestada pela
esposa que, cheia de razão, discordou.
O hotel, abarrotado de turistas japoneses, não dispunha de
mais acomodações disponíveis e, sem alternativa, o remédio foi pernoitar no
quarto estufa.
Como de hábito, embora mal dormido, aproveitou a linda manhã
de sol para praticar jogging nas trilhas da bela floresta e, qual não foi a sua
nova surpresa, quando se deparou com centenas de árvores centenárias no chão e
sobre construções. Soube depois que ventos fortes, no principio do ano, fizeram
o estrago, derrubaram mais de 2.000 árvores!
Aí fez a pergunta óbvia: qual a razão para, passados meses,
não haverem retirado as árvores? A resposta veio de imediato: depois que
criaram uma Fundação para administrar o património, faltam recursos para pequenos gastos, que dirá os maiores.
Estava explicado o desperdício de energia elétrica dos
aquecedores e não só. Os boys da Administração da Fundação Mata do Buçaco nada
fazem, a não ser ajudar a arruinar o
País. Os partidos políticos usam e abusam do patrimônio público como se fossem seus donos.
Pior cataclismo não é o que derruba árvores e as construções
que o homem construiu, mas sim ficar
inerte, consentindo no nosso aniquilamento e o da Nação.
BairradaTV: Repórter Bairradino - Todos Pela Mata do Buçaco:
http://youtu.be/eJYsa_ZqIiw
Os ilustres boys da Administração
da Fundação Mata do Buçaco
António Jorge Fernandes Franco – Presidente
Sara Cristina Leitão Pereira – Vogal, pelo Ministério da
Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território
Cristina Maria Pereira Freire – Vogal, pelo Ministério das
Finanças e da Administração Pública
Maria Fernanda da Silva Vara Castor Teixeira – Vogal, pelo
Ministério da Economia e do Emprego
Tony Daniel Almeida Luís – Vogal
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